Superprodução com Nicolas Cage, na Netflix, é o entretenimento perfeito para desligar o cérebro no final de semana
“Presságio” é um filme de 2009, dirigido por Alex Proyas, e chegou na época em que os memes de Nicholas Cage começaram a circular na internet. Há uma linha tênue entre ser um artista genial e uma caricatura de si próprio. Cage tremula nessa linha. Embora tenha conquista o Oscar de melhor ator em 1996, por “Despedida em Las Vegas”, foram os exageros dele que o incluiu na lista dos artistas que o público ama odiar.
Cage é naturalmente dramático. Nascido em uma família de artistas brilhantes, ele é sobrinho de Francis Ford Coppola, gênio por trás da trilogia de “O Poderoso Chefão” e “Apocalypse Now”, e Talia Shire, atriz indicada a duas estatuetas do Oscar, por “O Poderoso Chefão” e “Rocky”. Ele também é primo da premiada diretora Sofia Coppola e dos irmãos Jason e Robert Schwartzman, ambos atores e músicos. Em uma família com tantos talentos, se destacar é uma pressão.
Desde que a carreira de Cage começou, em 1981, ele tem atuado intensamente. Seu currículo conta com mais de 100 trabalhos em filmes. Ele não ficou desempregado nenhum ano, nem mesmo durante a pandemia, e isso é um ótimo sinal. Significa que além de talento, ele tem disposição e público para manter-se no mercado. Os memes, inclusive, serviram para segurar sua carreira e ele soube se aproveitar disso muito bem. Um exemplo é a sátira de si próprio, que ele vive em “O Peso do Talento”, um de seus papeis mais recentes.
Mas voltando a falar de “Presságio”, o filme escrito por Ryne Douglas Pearson, Juliet Snowden e Stiles White gira em torno de John (Cage), um astrofísico que ficou viúvo recentemente e precisa cuidar sozinho do filho Caleb (Chandler Canterbury). Em um evento da escola do menino, uma cápsula contendo cartas escritas por alunos há 50 anos é reaberta. Nos papeis, cada criança havia descrito como seria o futuro.
Mas Caleb abre uma carta assinada por Lucinda, uma menina estranha e que ouvia vozes. No papel, ela anotou uma sequência de números misteriosos e que aparentemente não fazem sentido. Mas quando John, que é astrofísico, começa a analisar o documento, tem uma apofenia. Ou seja, ele começa a procurar padrões na sequência de números que traduzam a mensagem de Lucinda.
Então, ele começa a descobrir que os algoritmos são datas, vítimas e localizações de catástrofes que ocorreram nos últimos 50 anos. Alguns números ainda são eventos que vão acontecer. Enquanto isso, homens estranhos e enigmáticos começam a perseguir Caleb e fazer o menino ter visões de tragédias futuras.
Já John parece estar presente em eventos traumáticos que Lucinda previu em sua carta, como uma queda de avião (uma bela cena gravada em plano-sequência) e o descarrilhamento de um metrô. Coincidentemente, o filme fala de um vazamento de petróleo no Golfo do México, o que aconteceu pouco mais de um ano depois do lançamento desta produção, quando uma plataforma da Deepwater Horizon provocou uma das maiores catástrofes ambientais de todos os tempos.
O filme se inspira em profecias apocalípticas, como de Nostradamus, para dar fermento para o enredo. Cabe a John, com ajuda de Diana (Rose Byrne), filha de Lucinda, e seus filhos crianças, impedir que a pior das previsões, a do fim do mundo, se concretize.
Cheio de suspense, ficção-científica e espiritualidade, “Presságio” é daqueles filmes que, mesmo agradando pouco aos críticos, lotam as salas de cinema. Gravado em três meses e com orçamento de 50 milhões de dólares, o filme arrecadou, em sua bilheteria mundial, mais de 183 milhões.
Um entretenimento e tanto para quem gosta de suspenses apocalípticos, efeitos especiais e enredos bem hollywoodianos, “Presságio” atende todos os requisitos para um sucesso de bilheteria.
Via: Revista Bula
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